A Porta
Cronstruí cada degrau dessa escada até ao amanhecer.
Um gemido
uma lágrima adiada
uma saudade guardada numa memória, sem forma...
um caminho gasto
perdido no tempo, em que havia um mar...
e uma onda que tinha sido maré
nestas muralhas altas de que me rodeio,
só se avista pedra sobre pedra...
e uma linha comprida onde apenas a ida é permitida
Em algum ponto estratégico, uma porta fechada
com a chave que seguro na mão...
A chave já tantas vezes usada...
Agora gasta e cansada...
Está um pouco mais pesada...
Cada degrau percorrido...
Agora desgastado...
Parece ter aumentado...
Cada pedra colocada...
Com esforço e renúncias...
Forma agora uma esquadria errada...
De todo o valo cavado...
Desprendem-se agora pedaços de terra...
Ficando menos fundo e protetor...
E ela aqui está...
Na minha mão...
Tentando abrir outra porta cerrada em seu vão!
Maria J.C.
Quando as "vozes" se misturam...
Diálogo entre mim e Maria J.C do blogue Birras e Berros