27 janeiro, 2015

Saudade

Uma voz senta-se à porta.
Canta para mim a noite toda
nua
doce
amarga.

Da sua voz sai a lua
uma ou outra estrela a suspirar vento
e uma nuvem triste
cheia de nada.

E canta as mãos
e a coisa mais ínfima.
Canta um sol quente
nesta noite tão fria
canta a alegria 
canta o chão.

E um verso excede
a voz no canto

rebenta-me nos lábios
- ausências.

Eu grito – fome!
Ela canta – sede!

Mói a noite no peito das aves
e dá-me a beber as suas lágrimas.


Sónia M


12 comentários:

  1. Saudade, de te sentir, já tinha muita!!!

    BEIJO.

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  2. Muito romântica Sónia!
    E quando o cântico sai numa noite de luar, melhor ainda!
    O meu abraço.

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  3. É dor ligeira, isso da saudade.
    Que bonito, Sónia!

    Abraço

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  4. Um belíssimo poema sobre o triste canto da saudade; uma sede que não se basta.
    Boa semana, Sónia!
    xx

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  5. Sónia,

    A saudade dói, mas tem um sabor agridoce porque só o que nos é querido pode ser sentido dessa forma.

    Abraço

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  6. "e um verso excede a voz do canto..."

    tanto me basta. muito belo

    beijo

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  7. Saudade (mais) poema que nunca desilude (mais) belíssima voz de Mariza, só podia terminar bem. E terminou.

    Beijinho, Sónia, tenha um óptimo fim-de-semana :)

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  8. SE PUEDE DECIR QUE ES MUY LINDA ESTA NOSTALGIA.
    ABRAZOS

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  9. Muito tempo que não vinha aqui, mas tudo está tão bem dito como dantes!!!
    Abraços

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