06 agosto, 2021

Uma mulher à janela





 uma mulher à janela 

beija o acaso tocando a vidraça 

e Inexplicavelmente a rua para


tanto menos

tanto mais 

que uma mulher à janela


metade vidraça 

metade mistério 

ilegítima visionária 

prisioneira do horizonte que limita


um gato vadio 

na beira do telhado

respirando o azul 

bebendo o ocaso

é vertigem 

parca esperança 

desejo abstrato 

do que nunca soube. 


                                   Sónia Micaelo 

                                (Texto e imagem)


4 comentários:

  1. E tantas vezes uma pessoa se encosta à vidraça da janela com o olhar perdido (e esquecido) no horizonte. Poema intenso, profundo, que amei ler
    .
    Fraternos cumprimentos
    .
    Pensamentos e Devaneios Poéticos
    .

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  2. Excelente...Adorei :))
    -
    Bom fim de semana. Beijos

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  3. Uma mulher à janela por onde os dedos rasgam o acaso e a vida estala.
    Um poema que se abre à comunhão. Gosto de ler-te, Sónia!
    Um abraço,

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  4. Bom dia Sónia,
    Um poema muito belo e profundo de uma enorme riqueza poética.
    Gostei muito das metáforas.
    Um beijinho,
    Ailime

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