14 dezembro, 2015

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vê como passa o tempo
como a chuva teima em esconder a luz
que deixas quando passas

como são longe os caminhos
como as distâncias queimam todas as pontes
deixando as margens numa solidão aguada

e vê como tudo se altera
como tudo muda
ou como tudo regressa

quando uma pequena brecha na
memória se abre
e um pequeno vento se escapa e te sopra
uma suave melodia antiga

e como se não existisse outro tempo
a não ser o das madrugadas
onde os olhos se abraçam
e as margens cantam

inventas uma rua

regressas ao início
e fazes o que sempre fazias
- danças!

Sónia M

Imagem, Oleg Bazylewicz (1964-) - 1+1 (2011)

8 comentários:

  1. Nem Tempo, nem Chuva...
    Nem Noite de Breu!

    Esconde Tua Luz!!!

    - Nem Nada do que é Teu!!!


    "C'o Tempo, tudo muda, tudo acaba!"
    - MAS NEM TUDO PASSA!!!


    BEIJO!

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  2. Gostei imenso deste teu poema.
    É excelente.
    Sónia, tem uma boa semana.
    Beijo.

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  3. poesia de excelência. aqui.

    "como as distâncias queimam todas as pontes
    deixando as margens numa solidão aguada"

    todo o poema e belo, mas (res)guado-me nestes dois versos

    beijo

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  4. Para si e para a sua família desejo um Natal de Luz! Abençoado e repleto de alegrias.
    AG

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  5. Boa tarde Sónia,
    Como sempre excelente poema! De uma intensidade que me comove.
    Desejo-lhe um bom Natal e que 2016 seja o Ano da concretização dos seus sonhos.
    Beijinhos com carinho.
    Ailime

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  6. De fino recorte, Sónia Éme!
    Prensas/pensas sem esforço.
    O poema escorre líquido, macio,
    dourado. Elegante e dança.

    A solução está sempre na invenção
    do espaço
    por mais locuções contrárias
    a vontade
    tem no imperativo o tempo certo.

    Boas-festas boas!

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