Desconfio que morremos muitas vezes...
Haverá morte como a primeira?
Partimos para um lugar
onde as paredes são espelhos quebrados.
E por cada fresta de reflexo vazio
passam todas as dores.
Insinua-se a realidade nas pálpebras
e no ventre.
Como dói acordar do sono branco...
Quando se regressa
não somos menos
mas mais um outro
cujas mãos cumprem o seu propósito
de rasgar nuvens
alheias à luz que escondem.
Depois há a memória
que sempre resiste às pressas do tempo.
Porque sempre lembramos o dia
em que deixamos de falar
com os peixes
as pedras e os pássaros
e inventamos um deus que nos escute.
Sónia M
Imagem, © Lucas Simões
Esplêndido, Sónia!
ResponderEliminarHá quem experimenta muitas mortes em vida.
“Tão bom morrer de amor! – disse Quintana – E continuar vivendo...”
Ótima semana para você!
A imagem não me assusta, porque prefiro viver morrendo de amor, como diz o 1º comentador!
ResponderEliminarCá vai o meu abraço
Oi Sónia,
ResponderEliminarLindos escritos que até me assustaram.
Eu prefiro morrer naturalmente do que de saudades de um amor impossível.
Beijos
Lua Singular
Lindo! Lindo! Lindo! como tudo o que escreves, Sonia querida.
ResponderEliminarMuitos beijos
Hola Sónia, buenas tardes,
ResponderEliminarfantástico!
hay muertes que dejan marcas,
las propias y las primeras...
lo bueno es que de éstas muertes nadie muere en realidad, "sólo nos hacemos mas fuertes".
Hoy me dejé llevar =)
Te deseo una gran semana
un cálido abrazo
Morre-se todos os dias um bocadinho e só se renasce nas pequenas coisas, e nessa indelével marca da memória que persiste em nós. Por isso se a memória nos deixa de existir, só nos resta um corpo perdido no espaço e no tempo. À espera da última morte.
ResponderEliminarUm poema lindíssimo, Sónia.
xx
Boa tarde,
ResponderEliminarPassar por espelho quebrado, acordar de um sono branco é deixar de ter paz, a morte calha a todos, que aconteça com amor.
O que escreveu é criativo e lindo.
Dia feliz
ag
http://momentosagomes-ag.blogspot.pt/
Olá Sónia, como é bela a tua poesia e como me faz pensar no quanto sofrem todos os que estão longe! Aqui apenas podemos escutar humildemente os seus cantos e agradecer pela coragem das "partidas" que doem!. Tenho esperança que a recompensa um dia chegará! Um beijinho Ailime
ResponderEliminarE é assim que crescemos e nos apercebemos...somente em criança vivemos plenamente o branco dos nossos sonos.
ResponderEliminarAdorei.
Beijo e uma boa semana, Sónia.
morre-se todos os dias e essa é a pior morte o morrer e estar vivo.
ResponderEliminara morte é certa, mas, eu confesso que não sei gerir essa situação.
um beijo
:)
Sonia,
ResponderEliminarAinda bem que temos um Deus que nos escute.
Muito lindo o poema.
Beijos
Bom dia querida Sonia... muitas mortes já tivemos e outras tantas tteremos ainda neste processo de busca espiritual.. a maorte assusta muitos, a mim não assusta mais pq sei dos mecanismos, pelo menos pude ouvir e gostei da abordagem..
ResponderEliminartem um programa que se chama
programa vida inteligente- morte
esta no youtube e tem duas partes falando dela..
bjs e até sepre
nunca tinha pensado nisso - talvez, sim os deuses sirvam apenas para escutar-nos!...
ResponderEliminarcerto, certo é que caiu dentro o teu poema.
como um murmúrio sereno.
beijo
Até à penúltima vez, vamos renascendo a cada morte...
ResponderEliminarJosé Cardoso Pires, que teve um AVC e quase morreu, escreveu o "De Profundis, Valsa Lenta". Não sei se tiveste alguma quase-morte que te levasse a fazer este poema, mas como disseste "Quando se regressa não somos menos mas mais um outro", lembrei-me do Cardoso Pires, pois foi exactamente isso que lhe aconteceu... nesse livro, ele narra todo o seu drama como se de outro se tratasse. O doente vagueava pelos corredores do hospital como quem procura a sua própria pessoa, perdida algures, vítima de um coágulo de sangue. Era a sua identidade que ele procurava; era o drama de se ter perdido a ele próprio. E da mesma forma brutal e silenciosa com que se perdera de si, o doente viria depois a reencontrar-se. Miraculosamente.
Voltando ao teu poema (desculpa a deambulação...), achei-o magnífico e o final é de mestre. Excelente, minha querida amiga, estás em patamares só alcançáveis pelos bons poetas, que são muito poucos...
Um beijo.
Entre a morte, a volta e os modos de permanecer.
ResponderEliminarAbraço.
Senti-me inteira nesse poema e digo, como é doído acordar do sono branco...
ResponderEliminarMas a vida é assim - morrer todos os dias um tanto e logo a seguir ressurgir...
Um enorme abraço e grata pela visita!
Abraços
hilvanes de sentimientos
ResponderEliminarque vienen a dar forma a un bello poema
saludos
"Quando se regressa
ResponderEliminarnão somos menos
mas mais um outro"
Muito bem escrito. Corresponde à verdade. A imagem que a Sónia escolheu é muito inquietante, adequada sem duvida ao poema.
Beijinho :)
Agradeço as visitas e comentários, apesar de se falar sobre morte, são eles que dão Vida a este espaço.
ResponderEliminarBom feriado!
Deixo um abraço.
OI SONIA!
ResponderEliminarACHO QUE O MORRER DE TEUS LINDOS E INSTIGANTES VERSOS, É QUANDO PERDEMOS A SENSIBILIDADE DE NOS COMUNICARMOS COM O QUE NOS CERCA E QUE COMPÕEM ESTA MARAVILHOSA NATUREZA DA QUAL FAZEMOS PARTE, COMO TAMBÉM OS PEIXES, OS PÁSSAROS E AS PEDRAS...
LINDO DEMAIS.
ABRÇS
http://zilanicelia.blogspot.com.br/
Hay veces que los momentos mas duros nos hacen mas fuertes, saludos.
ResponderEliminarUN TEXTO DE NOSTÁLGICO EXISTENCIALISMO.
ResponderEliminarUN ABRAZO
Bom dia,
ResponderEliminarAgradeço a sua visita e comentário deixado nas minhas fotos.
ag
http://momentosagomes-ag.blogspot.pt/