O medo é feroz.
Invade as artérias da casa
com uma lâmina afiada
cortando a esperança às postas.
É como a água
a desbravar caminhos
derruba defesas
e passa.
Ameaça em ir-se embora
mas não vai!
Senta-se à nossa mesa
dorme na nossa cama
grita-nos ao ouvido
até obrigar a alma a sair
apropriando-se do corpo.
Ignora o medo
que quando mil dedos se juntam
sofre uma morte imediata.
Mil vezes o matam
mil vezes renasce
mil dedos se juntam
mil vezes o matam.
Há uma ansiedade emergente
do nosso tempo
são tão poucos os dedos
tantas vozes caladas
tanto medo que se alastra
como doença sem cura.
Hoje
uma desconhecida
enquanto reparava uma linha ténue de vida
achou por bem agarrar às mãos cheias
a ansiedade da minha voz
e uni-la a outra para que se ouvissem
de repente
como se de mais não precisasse
a esperança choveu-me inteira nos olhos.
Não sei quem ela é
nem se algum dia as nossas linhas
se voltarão a cruzar
mas imaginei-a de corpo inteiro
alma limpa
e ensinou-me
que ainda Somos Alma.
Habitamos um corpo
para que haja gestos.
Sónia M
09/03/2014
À voz do outro lado da linha...
Obrigada. Bem Haja!
Um sentimento que nos entorpece e que só existe por instinto de defesa.
ResponderEliminarLindíssima poesia Sónia.
Beijinhos
Imenso, Sonia!
ResponderEliminarA vida nos apresenta grandes gestos quando estamos de olhos e ouvidos atentos.
A tua inspiração é de transbordar a alma!
Adorei!
Beijos.
O medo é o grito calado e suspenso. É o querer ir mas ficar, amarrado invisivelmente de pés e mãos. Calar é sempre uma forma de desistência e de evitar que o impossível seja possibilidade.
ResponderEliminarMesmo a tremer como varas verdes, o gesto é sempre fonte de movimento e de mudança. É expansão e liberdade.
Um poema belíssimo, Sónia! Gostei muito.
xx
E, é em pleno medo, que chocamos de frente com a fé.
ResponderEliminarMagnifico poema, Sónia.
Um beijo enorme, cheio de força e energias positivas.
Excelente poema. O medo é o maior mal da humanidade. Mata mais do que uma guerra.
ResponderEliminarUm abraço
Belíssimo transbordar. O medo inspirando a não ter medo através de teus versos.
ResponderEliminarGosto desse tema, 'medo'. Entre o medo e a coragem, por vezes, há um abismo. Em 'Júlio César', Shakespeare escreveu "Os covardes morrem várias vezes antes da sua morte, mas o homem corajoso experimenta a morte apenas uma vez".
Meu abraço!
Ese Silencio agotador y pleno de pesadumbre...Esos gestos que son gritos de expansión y desahogo...Ese Miedo que nos atenaza. Preciosa composición.
ResponderEliminar¡¡¡Hola!!!¡¡¡Ya estoy aquí, de nuevo!!!Un poco tarde, pero se me han acumulado los asuntos propios y otros extraordinarios de Actividades que tenemos que ir desarrollando. El Próximo Viernes, día 28, publicaré mi Entrada de esta Nueva Etapa...Espero Te guste.
Un Abrazo y Besines desde Asturies.
¡¡¡Gracias por estar siempre ahí!!!
Basta um toque
ResponderEliminarBj
O medo nos condena ao fracasso à exaustão. Esmaga sonhos, tritura ilusões, é preciso transpor as barreiras. Os gestos alavancam à autoestima e quebra por dentro da alma, o silêncio.
ResponderEliminar"de repente
como se de mais não precisasse
a esperança choveu-me inteira nos olhos".
Lindo, lindo , lindo!
Um belo entrosamento de sentires...
ResponderEliminarEstá muito poético! parabéns!
:)
A luta, seja ela qual for, é sempre a reparação da "linha ténue de vida". É necessário que a esperança chova inteira nos nossos olhos, para que o desânimo não nos vença.
ResponderEliminarMuito belo!
ResponderEliminarQuando as águas chovem nos olhos, deles não chovem.
Um abraço
uma boa definição do medo.
ResponderEliminarum diz perguntei a um escritor de que cor era o medo, ele disse-me que para ele o medo era lilás...e eu acho que o medo é branco...
mais um bom trabalho em poesia!
beijo
:)
Olá! Que divino sopro da alma, de encontros em outras dimensões! abraços
ResponderEliminarOi divina poetisa!
ResponderEliminarPoesia inigualável
Amei demais
Beijos
Lua Singular
Olá, Sônia
ResponderEliminar....
....a falta de medo nos expõe ao risco e o excesso faz com que nos bloqueie, somente que um corpo muito exposto às dores e alegrias está sempre atravessado por certa instabilidade... com a vantagem , porém, de apresentar uma maior capacidade para se modificar durante os encontros afetivos e...nada melhor termos, pessoas, alma boa, que se preocupam conosco e nos ajudem à enfrentar,com palavras e gestos benevolentes, habitadas verdadeiramente , de que nunca estamos sozinhos, não precisamos ter medo,
tudo podemos e tudo podemos enfrentar...
sim...mano está ótimo, já em casa, somente que, com uma sequência médica de + 90 dias ainda...precisa se cuidar!
Obrigado,
Pelo carinho, boa tarde, belo dia, beijos!
E que magia é essa que narra em poesia e irremediavelmente nos cativa em cada encontro??? parabéns Sónia mais uma vez por um tão grande dom que espero ver publicado um destes dias!!!
ResponderEliminarBeijinhos mil!
Maria
"Tantas vozes caladas"...
ResponderEliminarUm excelente poema, gostei imenso.
Sónia, tem um bom resto de semana.
Um beijo.
UN TEXTO INDUDABLEMENTE MAGNIFICO!!!
ResponderEliminarUN ABRAZO
E o amor consegue vencer o medo.
ResponderEliminarBelíssimo!
Bjs e bom dim de semana
Olá Sônia,
ResponderEliminarO medo é perturbador, destruidor e sufocante, mas sempre pode ser aliviado por gestos de solidariedade e amor, que nos devolvem a abalada confiança e a esperança.
Benditos aqueles que o sentem em nós e nos ajudam a superá-lo. São gestos inesquecíveis de fraternidade, que emanam facilmente de almas nobres e sensíveis.
E, sim, " Habitamos um corpo/para que haja gestos."
Lindíssimo! Versou com a alma.
Beijo.
Muito grata pelas vossas visitas e comentários.
ResponderEliminarDesejo um excelente fim de semana a todos.
O meu abraço.
mil vezes o repito para mil vezes me não esquecer: "o medo é feroz". é que nada do que morde me leva o lábio...
ResponderEliminartão bonito!!! beijos, sónia, desejando-te um excelente fim de semana!
Olá Sónia
ResponderEliminarBom fim de semana para você também
Beijos
Lua Singular
Cem anos de bruma nos olhos
ResponderEliminarVenham devagar ver, ouvir o poeta
No suor do sonho, ouço vozes num cântico azul
Garça, gaivota, pássaro voando a sul
Luminoso fim de semana
Terno abraço
Gostei do cunho edificante do poema. Meu beijol
ResponderEliminarNessa minha visita gostaria
ResponderEliminarde dizer tantas coisas.
Dizer o porque dessa minha ausência
que tanto me faz sofrer.
Quisera poder falar tudo que vai na minha alma
e no meu coração.
O tempo é cruel e voa diante dos nossos olhos
marcando cada dia a mais absoluta saudade.
È por sentir saudades que estou aqui
para desejar um abençoado e feliz final de semana.
E dizer que você é muito importante para mim
sua amizade traz alegria para o meu coração.
Desejo um abençoado final de semana.
Beijos no coração.
Evanir.
"Habitamos um corpo
ResponderEliminarpara que haja gestos"
Fantásticas lineas...
Un beso grande
bonito fin de semana
Reli o teu excelente poema.
ResponderEliminarGostei de novo, talvez ainda mais.
Sónia, tem um bom fim de semana.
Beijo.
Belíssimo! Acredito que por vezes o medo nos salva... tirando-nos dos nossos abismos, amplia nossas visões para novos caminhos. O medo é uma via de duas mãos... Cabe a nós o lado certo da decisão. E fico com aquele que impulsiona para frente, já experimentei daquele que me fez prisioneira dos meus abismos... E não gostei do que ele me fez.
ResponderEliminarBeijos mil! Que os ventos nos sejam doce...
"não tenhas medo que o medo/
ResponderEliminaré meu amigo também.."
há que exorcizar o medo e dar as mãos...
beijo
Olá Sónia, belo muito belo o seu poema! E os gestos ainda vão tornar-se em vozes a soltar as amarras do medo! Beijinhos e bom domingo. Ailime
ResponderEliminarO medo é apenas um estado de espírito....
ResponderEliminarBeijo Lisette.
Sensacional:
ResponderEliminar"que ainda Somos Alma.
Habitamos um corpo
para que haja gestos."
É que infelizmente, há quem ainda se esqueça disso...
bjos
Por vezes basta um gesto sincero para afastar os nossos medos.
ResponderEliminarMagnifico poema.
Beijinhos
Maria