27 abril, 2013

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as mãos 
cúmplices de afagos
que desvanecem na neblina dos olhos

arranco penas
para dar vida às pedras
de onde crescem os olhos da criança morta
a gritar o caminho

...e o vento
a falar de sonhos
a soprar as penas
que cola na ponta de outros dedos

e as pedras calam-se

e eu fecho os olhos

diluo-me no sangue
onde adormeço e permaneço
para não assistir à morte do dia
assim que desponta.

Sónia M

24 comentários:

  1. A poesia não se pode alhear do mundo que nos rodeia...
    Belo, Sónia!

    Beijo :)

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  2. O vento leva mais do que traz. Dele, depois, um estado letárgico... apenas.

    Gosto, francamente! Apesar da sombra.

    Bom fim de semana e um beijo.

    Laura

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  3. Há dias assim... há dias em que tudo fica longíncuo e surreal. Melhor diluir-se!
    Beijos.

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  4. Nas tuas delicadas mãos de afagos
    Para os teus lindos olhos fiquei a olhar
    No calor dos teus braços
    Com vontade de te beijar!

    Amiga Sónia, desculpa o compadre
    São palavras sinceras para ti
    Sou alentejano, e não alarve
    Com o devido respeito as escrevi!

    Teu lindo poema li
    Só você coisas lindas sabe escrever
    O vento falar sonhos não ouvi
    Para te desejar bom fim de semana vim a correr!
    E deixo aqui um beijo para você, amiga Sónia.
    Eduardo.

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  5. Do nascer à morte do dia, aproveito para enviar o meu abraço, que chegue direitinho à Antuérpia e a todos os portugueses pelo mundo.

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  6. Que não se calem as pedras

    nas mãos mais delicadas

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  7. A tudo todo dia a morte vindo vigia.
    GK

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  8. Hola Sónia, buenas tardes,
    tu talento hace que sienta una tristeza verdadera.
    Fantástico escrito.
    Te deseo un lindo sábado
    besos y abrazos

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  9. Angustias y desazón que alumbran en un aciago día.
    Precioso Poema.
    Abraços e beijos.

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  10. Você deixou seus sentimentos tão latentes no que escreveu, que eu te digo fiquei agoniada com esse seu poema.
    Não deixe que o dia acabe antes mesmo de ter começado...

    =* bjs


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  11. Fecha os olhos...
    E dorme!
    Mas não te diluas!

    O ouro acontece...
    E permanece!

    Por vezes ao despertar do dia...
    Mas sempre ao nascer do Sol!

    Beijo.

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  12. Olá Sonia querida


    Forte seu poema...

    Beijos
    Ani

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  13. sim, assim que desponta, o dia, com a sentença de morte de seu
    fim. resta-nos carpi-lo,vivê-lo, de mãos dadas, aladas.
    b
    less

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  14. Ótimo, gostei do lirismo e intimismo intenso. Bjo

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  15. Passei...e desta vez, não para a acordar...
    passei tão somente para lhe deixar um grande grande beijinho.

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  16. (quando a esperança está dispersa
    só a verdade me liberta )


    [contém 1 abç forte]

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  17. mas... amanhã vem outro dia.

    forte e cheio de entrelinhas.

    gostei!

    beijo

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  18. Muito bom!

    Há dias que nascem mortos, é verdade.

    bjos

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  19. As mãos dizem muito de nós...
    E as tuas escrevem fantásticos poemas, como este.
    Gosto das tuas mãos, resumindo. Ainda que nunca as tenha visto, sinto-as.
    Querida amiga Sónia, tem uma boa semana.
    Beijos.

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  20. Perpassou-me uma nostalgia...

    Beijinho

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