01 setembro, 2015

Feitos de vento...



ainda me estremeces no peito,
como arrepio de um sopro de vento

o teu nome inscrito na mudez de um grito
que se faz ouvir na noite

a nitidez da memória
de uma tarde quente,
a placidez dos gestos,
a esconder o desassossego do ventre

e o corpo... 
...tão perto 
no encontro sereno da fala

os olhos 
bebiam o horizonte distante
como se soubessem
que o retrato que me tiravas à janela
{já tão antigo!}
seria este silêncio de agora 
que de nós não parte

o murmúrio das árvores lá fora
ensurdecia os pássaros mudos 

ficámos feitos de vento, 
amor,
dor de um destino que chamei rebelde,
uma espécie de angustia em mim cravada
por haver chegado sempre tarde.

amor
não gosto dos dias 
em que não se ouvem os pássaros...
  

Sónia M


Imagem, Óleo s tela, por ©Arthur Braginsky

5 comentários:

  1. UN TEXTO LLENO DE MUCHAS SENSIBILIDADES.
    ABRAZOS

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  2. terno e doce poema de amor...

    gostei muito

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  3. Neste belo concerto de memórias vivas

    nem os pássaros serão indiferentes

    Bjs

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  4. e os pássaros não se vão esquecer de aparecer....

    muito belo!

    :)

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  5. Levei este poema...se não concordar será imediatamente retirado.
    obrigada!

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