Trago o sopro de uma noite nos cabelos e todas as vozes, que não
quis ouvir, seguram os botões quase soltos do casaco. Vivo dentro
da janela, que pintámos à rebeldia, no muro que atravessa a cidade.
Aqui as noites são claras e consigo tocar a lua com a palma da minha
mão. Para lá da vidraça, erguem-se os dedos cegos, nas margens do
rio de lama, que banha a cidade fria. Bocas com sede de bocas, bocas
com fome de corpos, apontam e desdenham, vomitando a sua própria
hipocrisia. De quando a quando, ouve-se uma pedra na vidraça -pedra
na pedra - nada se rompe, a não ser o silêncio das suas noites escuras,
que se ouve como um grito, saído de uma boca mais pérfida.
Vi um homem que não existe, escrever em todos os muros invisíveis,
uma frase dedicada à cegueira do Ser.
"Talvez seja esta janela, o paradigma que vos falta…"
Apesar das poeiras e da lama onde as almas se arrastam, amanhece a
vida dentro da janela, que pintámos à rebeldia, no muro que atravessa
a cidade. Aqui as noites são claras, consigo tocar a lua com a palma da
minha mão … e todas as noites me visitam as estrelas.
Talvez haja quem de longe perceba, que em todos os muros se pode
abrir uma janela…
Sónia M
Talvez haja quem de longe perceba, que em todos os muros se pode
abrir uma janela…
Sónia M
Creo que en todas las Prisiones y Muros se puede construir una ventana que nos permita respirar oxígeno renovado lleno de Fe y de Esperanza.
ResponderEliminarPrecioso Post.
Abraços e beijos.
Gostei do texto, porque está bem escrito e, particularmente, porque termina com uma nota de esperança: é sempre possível abrir uma fenda na muralha, sim!
ResponderEliminarCordiais saudações
muy bueno, genial
ResponderEliminarsaludos
Hola Sónia, buenas tardes,
ResponderEliminarpor un lado creo que las estrellas están de suerte
y por el otro para abrir una ventana en donde no existe,
solo necesitamos voluntad y convicción.
Cada día escribes mejor... me ha encantado.
Te deseo una gran jornada
un beso
Há folhas que resistem
ResponderEliminarapesar do Outono
Com vontade, não muro que nos cerque...
ResponderEliminarExcelente poema, gostei imenso.
Sónia, tem um bom resto de semana.
Beijo.
"A possibilidade de realizarmos um sonho é o que torna nossa vida interessante." (Paulo Coelho)
ResponderEliminarCumprimentos
Olá, boa noite!
ResponderEliminarAcabo de ler um belo texto poético! Ah! Que noite essa em que nada se rompe. Mas afinal há noites claras e onde a esperança mora! Parabéns!
Abraços.
M. Emília
Bom diiiiia :)
ResponderEliminarExiste com toda a certeza quem de longe perceba, mas o paradigma iludido dos hipocritas continua perto. Que venham todos os "Longes"!
Adorei, beijocas assim daqui para aí
UN POEMA QUE INVITA A DERRIBAR LAS ADVERSIDADES.
ResponderEliminarBESOS
noto que de toda a hipocrisia e desalento, ainda resiste a esperança.
ResponderEliminare sim, portas se fecham e há sempre janelas que se abrem.
gostei!
:)
Termina forte, Sónia, num terminar que é (re)começo.
ResponderEliminarMuito bem!
Beijo :)
Talvez seja este o "Homem que escreve o Destino", cruzando todas as latitudes do tempo!...
ResponderEliminarEste Homem que escreve o destino", e que a autora refere neste poema, pela primeira vez, é um "Homem" que carrega todos os mistérios do mundo, e que irá, certamente, rasgar novos caminhos literários à "poeta". Assim se espera... Daqui, apenas podemos fazer o apelo para que esses caminhos sejam desbravados com determinação e inspiração, para que pujança da ideia matricial seja gravada e perpetuada na palavra escrita.