É tanto o que me dói, por não poder estar quando deveria...
Às vezes sinto que não foi apenas o país que abandonei. Perdi tudo e continuo a perder a cada dia: os casamentos que não celebro, as crianças que nascem e a quem não dou as boas vindas, as velas de um bolo de aniversário, que não vejo soprar!... E os mortos, os meus, que não enterro!...
A nossa casa pode ser em qualquer parte do mundo, é verdade, mas, fora do lugar onde criámos raízes, não somos mais que uma flor dentro de uma jarra...
Às vezes sinto que não foi apenas o país que abandonei. Perdi tudo e continuo a perder a cada dia: os casamentos que não celebro, as crianças que nascem e a quem não dou as boas vindas, as velas de um bolo de aniversário, que não vejo soprar!... E os mortos, os meus, que não enterro!...
A nossa casa pode ser em qualquer parte do mundo, é verdade, mas, fora do lugar onde criámos raízes, não somos mais que uma flor dentro de uma jarra...
Sónia M
Publicado também aqui:
Tens memórias no Coração...
ResponderEliminarTens o Coração nas memórias...
Não és flor dentro de uma jarra...
És belo jardim florido
Que sempre leva consigo
O Amor da própria Terra.
Um Beijo.
Não sei. Ando cheia de raízes comigo, cada uma de seu quintal :)
ResponderEliminarTexto curto, mas cheio de verdades. Emocionante em seu conteúdo também num relato entre linhas de situações cruéis que deveríam ser riscadas do mapa. Parabéns menina, beijos.
ResponderEliminarAs raízes transportamo-las connosco, mas não é a mesma coisa. E a saudade insinua-se...
ResponderEliminarBeijo :)
Também estou de pé, a aplaudir este texto, com o qual concordo 100% e foi precisamente por pensar assim que decidi regressar à luta no meu/nosso país depois do 25 de abril/74, não me arrependo, faria tudo igual, espero que estes jovens que agora partem, regressem um dia, principalmente os que têm formações académicas porque o seu país que investiu neles, tem a curto prazo a obrigação de criar condições para que regressem!
ResponderEliminarCom o meu abraço da Figueira da Foz.
Sério? Sinceramente, não me sinto assim...
ResponderEliminarProvalmente eu não crie raízes, não sei. É uma expricação razoável, ou talvez a mais fácil, simplesmente... (apesar de absurdamente contraditória).
Acho que nasci com essa sensação estranha de ser um "cidadão do mundo".
Ser imigrante, de fato, é algo esquisito. Depois de algum tempo, cria-se em nós a sensação que não somos mais de onde partimos, mas também nunca seremos de onde estamos. De onde somos, então?
Em mim, vem sempre aquela sensação de "cidadão do mundo", mas isso às vezes se traduz simplesmente num vazio enorme (o que me leva de volta a minha primeira afirmação e quase a desdiz...)
bjos
Não sei de onde apareceu, mas é "explicação", óbvio... rsrsrs
EliminarOi Sónia M
ResponderEliminarNão há melhor lugar no mundo do que o aconchego do nosso lar. No país em que nascemos não precisamos procurar a felicidade, pois ela está dentro de nós, no seio da nossa família, nos amigos, podemos acompanhar os amigos que morrem ao tempo e não sentirmos esa saudade que dói. Será que vale a pena? Pois o tempo que temos de viver varia de pessoa por pessoa, pode ser que vivamos pouco e deixamos de viver a beleza do nosso país.
Um beijo
Lua Singular
Sónia,
ResponderEliminarTão triste e cada vez mais tão real.
Beijinhos
Ana
Sónia,
ResponderEliminarNada se pode comparar ao nosso lar, seja ele qual for, signifique isso o que significar.
Infelizmente, estas políticas mal cheirosas para não dizer outra coisa, atiram-nos para outros lugares, agradáveis alguns, completamente desagradáveis e ruinosos noutros.
Beijinhos
(Estás fora não é?)
Hola Sónia, buenas tardes,
ResponderEliminareste lo leí en el blog de tu amigo...
un texto excelente,
la frase final es la sensación que muestra la realidad de aquellos que migran sin haberlo hecho por completo.
(el cuerpo viaja, los sentimientos se quedan y viven en las raices)
me encantó.
Te deseo una semana llena de luz
besos
Se não podemos estar por perto das pessoas que amamos para compartilhar, conviver, sorrir, celebrar, não estamos completos. Não importa onde estejamos fisicamente nossa coração baterá sempre ao lado de quem amamos.
ResponderEliminarMuito bonito o que você escreveu. "A nossa casa pode ser em qualquer parte do mundo, é verdade, mas, fora do lugar onde criamos raízes, não somos mais que uma flor dentro de uma jarra..."
www.eraoutravezamor.blogspot.com
minha amiga hoje estou chorona .
ResponderEliminareu não consegui terminar de ler sem chorar.
Quantas palavras amargar porem verdadeira
me senti vivendo a postagem.
Longe da nossa Pátria dói muito ,longe das pessoas que amamos dói até a alma da gente,
longe dos nossos costumes talvez eu não sobreviveria .
Com imenso carinho lhe desejo uma abençoada semana beijos,Evanir.
Me ha impresionado y emocionado esta real y cruda Entrada.
ResponderEliminarSi, es cierto; "fora do lugar onde criámos raízes, não somos mais que uma flor dentro de uma jarra.."
¡Que siempre tengamos que salir de nuestro País por razones de las malas cabezas de nuestros dirigentes!
Abraços e beijos.
Olá!Boa tarde
ResponderEliminarQuerida Sônia
ainda não passei por isso... as dores ocasionadas com as perdas (e ganhos) com as quais as pessoas em diáspora têm de lidar cotidianamente, não deve ser muito agradáveis, principalmente porque não é apenas um deslocamento corpóreo, mas também imaginativo...
Meu carinho
Boa semana
Beijos
Oi Sônia
ResponderEliminarGostei muito do seu blog, já estou te seguindo! Meu pai sempre dizia: "pedra que muito rola não cria limo". Gostei do texto. Parabéns!
Bjos. Fique com Deus!
http://ashistoriasdeumabipolar.blogspot.com.br
Sônia, uma realidade que muitas vêzes dói na alma. Perder momentos importantes, a saudade da familia e do que fazem, nada supera isso. Tens razão...mas por outro lado devemos ver que a vida é feita de escolhas, onde muitas vêzes por se estar casado não há opções à seguir. Um beijo carinhoso, Suzi.
ResponderEliminaroi Sonia,
ResponderEliminarAs vezes nossas escolhas nos fazem perder coisas e pessoas.
Mas nosso coração e nossa alma podem viajar para qualquer lugar.
Beijos e muita força
Sonia
ResponderEliminarÉ verdade o que diz!
Eu sinto o tempo a passar e minha família está tão longe de mim
e sei que foi um destino escolhido, ou se não foi, eu segui um
caminho errado e me perdi...
E sinto a cada passo que dou a saudade, mas agradecendo sempre a saúde para todos nós.
Há quem tenha muito menos, é certo, mas dói e tem de deixar de doer...
Jesus disse:
"E abandonarás pai e mãe..."
Linda essa nostalgia que nos escreve e eu tão bem entendo!
Maria Luísa
Excelente texto...
ResponderEliminarCumprimentos
A planta jovem suporta melhor o transplante do que a adulta. Mas as raízes sempre sentirão saudades do solo pátrio.
ResponderEliminarAbraços.
Tudo se move
ResponderEliminarBelíssimo
Oi Sónia
ResponderEliminarPassando para lhe dizer uma boa noite
Fique com Deus
Beijos
Lua Singular
Percebo-te perfeitamente, pois já passei por isso...
ResponderEliminarUm beijo, minha querida amiga.
Sônia hoje vc será minha convidada no CVC Campanha Visite e Comente. Espero quvenha a fazer muitos novos amigos e reveja alguns antigos por aqui. Depois querendo unir-se a nos será muito bem vinda
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