26 setembro, 2012

Já não posso...


Já não posso esconder-me no escuro
como quando era menina.
Envolveu-me a cor que me deste , 
no dia em que nossos poemas se fundiram.
Agora, mesmo de olhos fechados
trago esse azul profundo, agarrado à retina.
E nem as palavras que sussurrava ao vento, 
já caem desamparadas no vazio. 
Sei que as ouves quando as corriges 
e me obrigas a reescrevê-las, 
fazendo-as, tanto tuas como minhas. 
Foram muitos, tantos... 
os nomes que me ensinaste! 
Com eles derrubei algumas pedras deste muro 
Fascinada pela grandeza que me inventaste. 
Não! Já nada será como dantes. 
Porque agora a minha noite...não é mais escura. 

(Terá sempre o brilho azul da tua luz) 

Sónia M.

25 comentários:

  1. Olá Sonia, minha querida...
    Você me encanta; receber um beijo sussurrado logo pela madrugada, não há coisa melhor!
    Lindo esse teu poema; gostei muito. Meus parabéns!
    Bem que podias tê-lo enviado a mim, mas não tem importância; no próximo Prosas Poéticas, eu irei insistir para tê-la junto também!
    Tenhas um ótimo resto de semana.
    Beijos.

    ResponderEliminar
  2. Temas palavras sussurrou-lhe ao vento... Espero que ter traduzido bem. Gostei esta imagem, mas o poema inteiro é lindo. Li com prazer. Se temos dificuldade na vida, encontramos cada tempo ideal método através do qual podemos ir para a frente. Mas nada será como antes, como você diz e você. Um belo dia!

    ResponderEliminar
  3. Muy profundo y bello, sobre todo ese susurro del viento...me encanta
    Besines guapa

    ResponderEliminar
  4. No Infinito Firmamento...
    Do mais candente Encantamento
    As Estrelas mais brilhantes
    As mais quentes
    As mais resplandecentes...
    Fundem-se...
    Em cores vivas, radiantes, ofuscantes...
    De todas, a absoluta incandescente
    A mais encandeante, a mais fundente
    É a Belíssima, a mais Quentíssima!
    A do Puríssimo Rubro Branco!
    A Tua Cor! ...
    Essa! A do contraste quente, hipnotizante...
    A que, por modéstia e sem saber...
    Dá Luz!
    Ao mais profundo, indomável!... por ti rendido!...
    Rubro Azul...

    Ajoelha-se, beija Tua Fímbria...
    Em funda, mas incontida Homenagem.

    ResponderEliminar
  5. "Não ando na rua.
    Ando no mundo da Lua,
    falando às estrelas."

    (Helena Kolody)

    [contém 1 beijo]

    ResponderEliminar
  6. Quando era pequenina
    No escuro se escondia
    Inocência de menina
    Que do amor não sabia?

    Foi crescendo o encontrou
    No escuro mais não se escondeu
    Com muito carinho abraçou
    E este lindo poema escreveu!

    Boa quarta-feira para você,
    amiga Sónia
    um bjo
    Eduardo.

    ResponderEliminar
  7. Olá!Bom dia!
    Sônia!
    ...o fato de aceitarmos que o que tem de ser será, ou seja, uma espécie de fatalismo, não nos exclui da participação no que teoricamente vai acontecer. Como fica difícil, dizer JÁ NÃO POSSO,JÁ NADA SERÁ COMO DANTES, contingenciada pelo todo dentro do qual estamos inseridos.
    Obrigado pelo carinho da visita!
    Boa quarta feira!Bençãos infinitas!
    Beijos

    ResponderEliminar
  8. Um poema lindíssimo e muito tocante.
    Que essa luz azul brilhe sempre e a guie.
    Beijinhos.

    ResponderEliminar
  9. "Sei que as ouves quando as corriges
    e me obrigas a reescrevê-las".

    Real, e são poucos os que realmente ouvem...

    Abração, volto.

    ResponderEliminar
  10. Extremamente suave e linda declaração!! A foto, delicada como tu. Um beijo imenso!!

    ResponderEliminar
  11. Oi Sonia, Que lindo viu?
    Aprendeu com tantas palavras que
    derrubou pedras e embelezou sua noite
    com luz colorida.
    Isso é felicidade.
    Belo sim, bonito demais.
    Um beijo

    ResponderEliminar
  12. "Assim como as crianças, que no escuro tremem de medo e temem tudo,
    nós, na claridade, às vezes temos receio de certas coisas
    que não são mais terríveis do que aquelas que as crianças temem
    no escuro e pensam que acontecerão a elas."

    O poema é lindíssimo.

    Beijo.

    ResponderEliminar
  13. Chega uma determinada hora em que precisamos aparecer,,nos mostrar,,,sonhar infinito...beijos e uma bela noite pra ti amiga,,,

    ResponderEliminar
  14. Sônia, minha Flor, como gosto de ler suas lindas poesias. São lindas e nos faz se espelhar..

    Um beijo :)

    ResponderEliminar
  15. Hola Sónia, buenos dias,
    muy lindo texto y la imagen hermosa!
    que el brillo su luz te ilumine.
    bonito dia
    besitos

    ResponderEliminar
  16. Lindo texto, e se casou com a foto numa cerimônia perfeita!

    Que bom que a cor está sobre a escuridão,
    afinal,
    é primavera..

    e que bela flor azul vejo desabrochar =]


    beijos!

    ResponderEliminar
  17. Lindíssimo Sónia!
    Doce, delicado, ternurento, nostálgico. Adorei. E a foto é linda também.
    Beijinho

    ResponderEliminar
  18. Wonderful!!!! I especially love the line, "bring this deep blue, clinging to the retina". Captivating. :)

    ResponderEliminar
  19. Uma noite repleta de paz e poesias pra ti minha amiga e uma bela sexta feira...beijos e flores...

    ResponderEliminar
  20. Quando o amor nos toca tudo em nós se transforma. Depois cantar esse amor em palavras é arte de quem sabe viver e escrever.

    ResponderEliminar
  21. Já não posso esconder-me no escuro
    como quando era menina.
    Envolveu-me a cor que me deste ,
    no dia em que nossos poemas se fundiram.
    FANTÁSTICO!Adorei.
    Abraços e um excelente fim de semana

    ResponderEliminar
  22. O intimismo é a principal linha de força da poesia de Sónia M. Um intimismo emotivamente doloroso e triste, que percorre os trilhos da saudade, dos amores impossíveis e de toda uma galeria de partidas e chegadas, sempre marcadas por um dramatismo intenso e comovente. E o poema, onde melhor se enlaçam a saudade e a tristeza, é o que se intitula "Despedidas", que a "poeta" escreveu em "Notas do meu diário".
    Neste poema, "Já não posso", escrito em 2012, em que a "poeta" se socorre de um diálogo com um hipotético interlocutor, que lhe apontou a luz do caminho e a grandeza do talento, a melodia triste não a abandona, embora das palavras se solte um grito contido de afirmação e de redenção, "Porque agora a minha noite...não é mais escura".
    Já nada será como dantes, principalmente aquele fulgor do primeiro instante.

    http://alpendredalua.blogspot.pt/2017/06/ja-nao-posso-poema-de-sonia-m.html

    ResponderEliminar

NÃO SERÃO PUBLICADOS COMENTÁRIOS ANÓNIMOS