04 julho, 2021

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Uma flor num caminho à sorte.

Breve respiro da terra.

Saber-te, semente de sol clandestino. 


Tudo tem um nome, eu sei.

Uma forma de dizer céu. 

Mar. Sonho. 

Banco de jardim. A tua mão.

Asa  quebrada. Lágrima de pássaro. 


Gritar o nome de todas as coisas,

sem ninguém que as oiça. 

Saber falar da sede que aperta,

do desejo que mata.

Perfume de pétala caída, no chão

desta viagem sem chegada. 

A  Vida. E a Partida.


Mas o que sinto, meu bem,

rasteja no silêncio. 

Um nímio silêncio sem cor nem tréguas.

Um quase adeus à palavra que salva,

numa boca colmada de beijos por dar.


© Sónia Micaelo 

 ( Texto e imagem)

     

3 comentários:

  1. Sussurro poético lindíssimo que me fascinou ler. E assim se inicia um dia com alegria
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    Um domingo feliz
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    Pensamentos e Devaneios Poéticos
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  2. obrigado, nestas coisas de s'crita todos os elogios são poucos, é uma calma magistral que nos invade uma pausa das nossas "inverdades" rotineiras e marginais visto que elas nos incluem como inverdadeiros e sendo nós pouco nítidos, somos poetas, mergulhamos nas margens das opiniões e agarramo-nos ás dos outros como se fossem salva vidas ..obrigado

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