08 dezembro, 2015

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Estes são dias parados
à beira do abismo
- uma ferida aberta 
na voz do povo
por onde o mar se adentra

dói-me o sal das suas gargantas
em carne viva - já sem gritos
doem-me as suas mãos 
cada vez mais vazias

E eu só queria que me dissesses
como acender as luzes dos seus olhos
e como apagar a noite lá fora...

Sónia M


Imagem retirada daqui: http://lizzielighthouse.blogspot.com/

11 comentários:

  1. Nem todos conseguem ver a luz redentora, porque ainda não descobriram que são cegos de nascença. Por isso, é tão difícil mudar o mundo.

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  2. Acender a luz nos olhos é difícil, mas ainda há quem o consiga.
    Pior mesmo será conseguir "apagar a noite lá fora".
    As gargantas deixaram de saber gritar. Fruto de uma desistência.
    Excelente, Sónia.
    xx

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  3. dói-me o sal das suas gargantas
    em carne viva - já sem gritos
    :::::
    Uma excelente metáfora que se agiganta no poema, definindo-o e situando-o.

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  4. Cara Sónia,

    este seu poema foi lido no InVersos!

    https://invers0s.wordpress.com

    Cumprimentos,
    Rui Diniz
    InVersos

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    Respostas
    1. Uma honra e um verdadeiro prazer, ouvir o poema na sua voz, Rui. Grata, imensamente grata!

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    2. Parabéns por esta audição, em que este teu poema foi declamado.É também gratificante para todos nós, que te admiramos.

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    3. Obrigada, Alexandre.
      Foi um domingo de emoções ...

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  5. A Tua Luz acende-os...

    E transforma a Noite em Dia!


    BEIJO.

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  6. Há inquietações que perturbam o coração
    Pudesse a poeta incendiar a noite
    ter os olhos do povo livres a brilhar
    Com brilho, Sónia Éme, acrescentas
    brilho ao teu brilho.
    Incendeias outros de verde.


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