cega de luz guarda por dentro
o fogo que abrasa os pés à saudade
só por hoje que amanhã ninguém sabe
que o diga a rua que lhe esqueceu os
passos as portas fechadas e as paredes
sem cal - a ausência que se assoma nas
janelas despidas só para a ver passar;
tropeçar no vazio, esfolar os joelhos da fé
no regresso, ficar perdida no meio da rua
com menos e menos ao que voltar
mas só por hoje - que ela ainda sabe
o caminho e amanhã é memória
onde ninguém mais a sabe - cega de luz
guarda por dentro o fogo que abrasa
os pés à saudade
© Sónia Micaelo
(Texto e imagem)
Elvas, 04/08/2023
Olá Sónia,
ResponderEliminarUm belo e profundo poema em que a saudade se faz presente.
Um beijinho.
Ailime
Buona serata.
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