03 agosto, 2021

UM QUASE POEMA À SAUDADE QUE TE TENHO



Todos os dias lhe oro.
Qual deusa sem olvido.
Se lhe choro ela sorri.
Aperta e sorri. 
Sorri enquanto lhe choro:
 o cansaço do cá e lá 
 de nenhuma parte quando parte.
Nenhuma!
Nunca o seu sorriso se esvai
nem o aperto se esfuma.

Manta de retalhos mal bordada
que dobro e puxo. 
Puxo e empurro.
Por entre o sal e o cansaço
nada pesa mais que o sorriso dela.
O sorriso e o murmuro:

"A tua força vem do ventre."

E é ao ventre,
ao ventre...
ao ventre...
que sorrindo regresso.

©Sónia Micaelo 
03/08/2021

4 comentários:

  1. Que poema tão intenso...Bonito!:))
    .
    O tempo anda triste...
    .
    Beijo e um excelente dia
    Boas férias, se for o caso! :)

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  2. Nunca se esgota o tempo no território sagrado do amor filial, Sonia!
    Um belo aceno ondula a canção para que o vento o leve ao receptor desejado!
    Um abraço,

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  3. Tão lindo e pleno de ternura.

    Abraço amigo.

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  4. Poema deslumbrante. Sublime fascínio poético que adorei ler.
    .
    Cumprimentos fraternos.
    .
    Pensamentos e Devaneios Poéticos
    .

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