Arrasta a casa por todas as ruas.
Por todas as cidades
e países que atravesses.
Que nenhum nome te arda.
Sente os pés,
passo a passo,
o estômago,
a cintura,
peso e pedras.
O sinal de nascença,
a respiração do pai nos caminhos
sem eira.
As largas mãos do destino,
o relógio de cuco do avô nas paredes da memória
e o seu exército de criar ruínas.
Mantém aberta a porta, longe do medo
e as paredes caiadas de branco,
sem dobrar os joelhos.
Segura o beijo da mãe,
entre os dentes,
ao atravessar a ponte da ausência.
Que Que
nenhum nenhum
nome me arda. nome me esqueça.
Sente a tristeza
e canta a alegria.
Longe do medo, bem longe do medo.
Sou eu a casa:
fachada de sonho e inocência
e esta é agora a minha morada.
- Voltar ao princípio em cada fronteira.
©Sónia Micaelo
(Texto e imagem)
Poema lindissimo que muito gostei de ler.
ResponderEliminarNota: A letra é muito pequenina o que dificulta (e muito) a leitura. Não pode aumentar um pouquito o seu tamanho?.
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Feliz fim-de-semana
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Pensamentos e Devaneios Poéticos
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Um poema muito bonito! :))
ResponderEliminar*
Rasgam-se pensamentos pelas nuvens
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Beijo, e um excelente fim de semana.
Um belo poema, que faz uma acusação pesada e demolidora.
ResponderEliminarSubscrevo a proposta do " R y k @ r d o ". Aqui, não é necessário poupar papel.
ResponderEliminarEssa casa é o exilio quando só se passa se não houver outro caminho!
ResponderEliminarUm belo canto, Sónia! Acordas as palavras com um vigor ímpar!
Deixo-te um abraço,
Muito belo Sónia!
ResponderEliminarLer-te é um doce fascínio!...
Um beijo.
Migrantes sem destino
ResponderEliminare uma casa perdida pelo caminho.
"Que Que
nenhum nenhum
nome me arda. nome me
esqueça."
Belo (a pensar que poderia ser eu a saltar fronteiras, ou ... não)
Um abraço, Sónia.