um fio
de demência
que aperta o rosto da noite
um cansaço
sem sono
uma dor
sem clemência
um vazio
sem parede
num peito
sem dono
a porta fechada
um sexo
ofegante
uma leveza sem pássaro
uma nuvem
indiferente
uma garganta
sem choro
uma folha
rasgada
um verso
doído
um sorriso
sem gente
uma boca
um abismo
um poema sem nada...
Sónia Micaelo
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Imagem, Adri Luna
Nada dentro do nada!
ResponderEliminarSónia, O poeta, de rosto cansado enfrenta a sentença das pequenas horas, sem memória nem futuro. A sua pena é uma luz gelada que fixa os recortes da vertigem.
Esse é o destino do poeta!
O teu poema é lindo e e traduz exatamente esse poema sem nada!
Um bom fim de semana para ti.
Beijos!
Poema intemporal
ResponderEliminarTalvez falte, neste belo poema, de um profundo desencanto, o apelo à "nostalgia de futuros".
ResponderEliminarAlguém disse, e com razão, que só se pode viver, amando. E todos os poetas sabem isto, mesmo quando o amor dói.
as sombras frias da noite
ResponderEliminardescem abruptas e querem que o poema deixe de brilhar. A ele levantou a minha pequena chama esperando ocupar o vazio, em vez do ar. Um labirinto de
cheio de beleza à espera duma saída.
Excelente.
Um beijo, Sónia M
Perfeito!
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