Fazer o gesto é muito mais que fazer um gesto.
É a solidão da mão; um breve aceno em ar vazio;
o desenho transparente do adeus, ao que nunca esteve.
Porque uma alma inquieta nunca está. Por isso parte.
Uma e outra vez, parte
e parte e parte!
Tem toda uma vida para estar. Uma única vida. Mas parte.
Pudesse a mão ser um dia carícia; um sol antigo na pele.
Pele na pele a tremer no peito e um fio de loucura
a abraçar o corpo rendido.
A mão...a mão guarda o cosmos.
O principio ou o fim do sonho...
Fazer o gesto,
a mão,
um breve aceno...
Como se entre o estar e o partir,
amar fosse a única demência
da qual foges...
© Sónia Micaelo
Quando entrelaçam-se os dedos, afastam-se os medos.
ResponderEliminarGK
Olá, Sónia!
ResponderEliminarUm poema muito bem escrito e engendrado.
A mão, que faz o gesto e um gesto, tem sempre uma palavra ou muitas a dizer. A mão pode tanto fazer em termos de amor e sensualidade!
Tornemo-nos dementes, então!
Beijinho e bom domingo.
a Eloquência do Gesto! e um expressivo poema
ResponderEliminarabraço
Mãos, trémulas num gesto de adeus
ResponderEliminarMãos, sedosas, tecendo noites sem lua prontas para o amor
Mãos, cálidas como o fogo, para iluminar
os mistérios indecifráveis do tempo...
Um beijo!
A pele e a esperança de ser carícia. Lindo texto.
ResponderEliminarParabéns!
Poema cheio de sentires!
ResponderEliminarE quantas vezes partir com vontade de ficar
muitas vezes, muitas!
Poema muito comovente.
beijinhos
:)
A mão é murro ou carícia...
ResponderEliminarUm poema excelente. Parabéns pelo talento.
Continuação de boa semana, querida amiga Sónia.
Beijo.
Das mãos nos gestos livres dum sinal
ResponderEliminarNão gosto muito de aceno
Quando um adeus e' quase mortal.
Gosto dessa parte de, com as mãos,
Construir essas pontes de que fala
Entre o "sol antigo" e a "pele" de "loucura"
Merecida.
Um belíssimo poema, como sempre...)
(finalmente posso comentar directamente - o erro da minha conta google esta' ok)
Abraço ou beijo das mãos estendido, amiga .
Fazer gestos faz parte da nossa vida diária!! O poema ficou lindíssimo!! Feliz e abençoado mês de Julho para ti,muita paz e muita saúde para ti,muitos beijinhos!!
ResponderEliminarHá uma linha, com contornos indefinidos, que nos prende e nos separa. É aí, na sua (não) aceitação, que tudo se joga.
ResponderEliminarMuito bom, Sónia.
Quem parte vai à procura de alguma coisa, porque se não somos felizes em permanência, podemos estar felizes nalgum momento.
ResponderEliminarAbraço poético.
Juvenal Nunes
https://alpendredalua.blogspot.com/2020/08/o-gesto-poema-de-sonea-micaelo.html
ResponderEliminarDe uma ideia simples, expressa, apenas, em duas palavras (o gesto e a mão), a poeta Sónia Micaelo escreveu um grande poema, que não pode ser lido de forma ligeira, linear e superficial, sob pena de escaparem ao nosso entendimento os seus diversos significados e nuances, onde afloram sentimentos de amor, de tristeza e de abandono. Eu diria que o poema tem de ser "descascado" verso a verso e palavra a palavra, para que as diversas conexões poéticas possam emergir em pleno.
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