Procuro nos teus olhos
a fibra do verbo
algo que diga amar
frente ao abismo de um verso desfeito
entro inteira na imagem onírica
que o espelho devolve
uma superfície de brumas teima
em estender-se pelo corpo
mas todo o meu sangue se acende
no grito da ave faminta
que por ti chama.
As tuas mãos, meu bem, as tuas mãos...
o desígnio, a flor do instante
onde um deus insano
tece um poema tardio
e vem beijar o meu peito em ruínas .
*
Sónia Micaelo,
in "SER MULHER III"
Vários Autores | Edt. Mosaico de Palavras ( a editar, Outubro 2020)
*
Fotografia de Laura Makabresku
Boa tarde Sónia,
ResponderEliminarTão belo o seu poema. Adorei as metáforas deste magnífico poema de amor.
Poesia pura.
Beijinhos,
Ailime
De mãos cheias
ResponderEliminaro amor acontece
à hora dos pássaros
Bj