Estou repleta de ausências
de saliva
de abraços de papel.
de saliva
de abraços de papel.
Dou por mim a querer coisas como
o rasto breve de uma estrela cadente
segurar o brilho das águas do rio que amas
sem molhar a ponta dos dedos.
sem molhar a ponta dos dedos.
O que hoje sei é das coisas mais estúpidas.
Nenhuma metáfora te aclarará a noite
nem te calará o grito.
Nenhuma metáfora te aclarará a noite
nem te calará o grito.
Nada que conheço me fará beijar-te os medos.
Não há manhã que nos espere
para nos guardar a ternura.
Não há manhã que nos espere
para nos guardar a ternura.
Na verdade – e é a verdade o que mais assusta-
nunca serei mais que a tua aprendiz de poeta.
Escrevo água e nascente
enquanto a boca bebe da fonte mais seca
e por ti vai morrendo de sede.
enquanto a boca bebe da fonte mais seca
e por ti vai morrendo de sede.
Sónia M
Ilustração, Sean Yoro
Para ler em voz alta
ResponderEliminarDa nascente até à foz há um rio por cumprir.
ResponderEliminarBj.
...que a vida é um imenso deserto.
ResponderEliminarPagas um alto preço por seres,
ResponderEliminarao mesmo tempo, diva e "poeta".
Tal como Florbela, estremeces a cada verso,
ao ritmo do teu coração.
E não te admires por eu, na minha dor,
continuar a banhar-me no meu rio
- aquele espelho de água e luz,
que enfeitiça o olhar –
à espera do teu pássaro azul,
embora eu saiba que o tempo
mata o sonho e mata a vida,
mas ainda não pode matar o amor.