Levaste-me a ver o mar.
Por momentos pousaste-me
para me falares dos peixes e das marés.
Dizias que eu era uma flor
que nasceu na margem errada.
Que naquele mar não havia pontes nem barcos para mim.
No regresso nem reparaste que eu chorava...
Sabes? A flor chora quando a separam da raiz.
Sei que não tens tempo para apreciar a cor de cada flor.
Mas quando me vires seca, com a cor da morte...
Talvez te lembres do dia em que me levaste a ver o mar
...e chores comigo e por mim.
Sónia M
(re-post)
Não havia pontes e nascera na margem errada; A vida nem sempre nos dá o que queremos, o que sonhamos. Por isso a flor chora...
ResponderEliminarDepois cresceste e voltaste a ver o mar.:)))
Beijo
Muito bem amiga Sónia.
ResponderEliminarPara que isso não aconteça
E essa flor seja sempre feliz
Para que a flor não fique seca
Não a deixa separar da raiz.
Para continuar florida.
bem presa se mantenha à sua raiz
Desejo bom fim de semana
Para a amiga Sónia, mulher-flor.
Um beijo
Eduardo.
[Foi ali,
ResponderEliminarnaquela tristeza,
que me
afoguei]
beij0
"Levaste-me a ver o mar" será, possivelmente, o melhor poema de Sónia M. Nele, a "poeta da melancolia e da tristeza", como eu já a apelidei, descobre o recurso de centrar a sua construção metafórica em factos concretos, isolados e parcelares, para os enquadrar numa teia poética discursiva, muito bem desenhada, no plano literário. O verso inicial, e que serviu para o título, é a grande metáfora que amplia o íntimo sentir da "poeta", traduzido na expressão de um profundo desencanto e de um ingrato desamor. Outra metáfora, de uma grande latitude significante, a marcar a textura do poema, encontra-se na frase "Que naquele mar não havia pontes nem barcos para mim", o que vem reforçar, de uma forma poeticamente exemplar, a sensação de abandono, após uma rejeição amorosa.
ResponderEliminarO equilíbrio formal do poema, despojado de redundâncias, e escrito numa linguagem escorreita, aproxima e envolve o leitor, que não consegue evitar uma certa emoção, necessariamente solidária com o elo mais fraco.
Buona domenica...ciao
ResponderEliminarSónia, não tenho queda para escrever poemas, mas adoro lê-los! Só quero fazer uma pergunta sem ofensa: « O seu marido não se sente triste ao ler este poema»?
ResponderEliminarÉ que dá-me a impressão que o está a culpar, de a levar ver o mar, peço desculpa pela ousadia.
Cá vai o meu abraço para o outro lado do mar
António, quando me ler, não tente situar o poema no tempo.
EliminarNa altura em que este foi escrito, nem o meu marido, eu ainda conhecia...:)
Bom domingo.
O meu abraço
Compreendido, obrigado Sónia!
EliminarCom o meu abraço
Lindo poema, Sônia. Meu beijo e bom resto de domingo.
ResponderEliminarOi Sónia
ResponderEliminarQue grandeza de poema, entrou dentro da nossa alma
Menina inteligente!
Beijos
Lua Singular
As flores nunca nascem em margens erradas...
ResponderEliminarPresumi que o poema se situa num tempo da tua meninice. E interpretei-o como um colo que na altura não gostaste...
Um poema amargurado, mas excelente. Gostei muito.
Sónia, tem um bom domingo e uma boa semana.
Beijo, querida amiga.
Olá Sónia,uma poesia triste mas infinitamente
ResponderEliminardelicada.
bjs amiga e obrigada da visita.
Carmen Lúcia-mamymilu
Sonia Uma linda poesia apesar de um pouco triste, as flores nunca nascem em margens erradas mas sim no local certo, vocês mulheres são e serão sempre as mais belas e doces flores. Bom domingo.
ResponderEliminarBeijos
Santa Cruz
Arrebatador y desgarrador...Lleno de Sentimiento y Reproche...Me ha encantado.
ResponderEliminarEn ocasiones las personas no se dan cuenta de la Flor que tienen consigo y cuando lo hacen es demasiado Tarde.
Tu, para mi eres como esa Flor plena de Aroma y Enormes Sentimientos por tu Corazón Inmenso.
¡¡¡Gracias por Estar y por Ser siempre en mi blog, dándome Fuerzas y Energías!!! Eres un Encanto de Mujer.
Abraços e Beijos.
Hola Sónia, buenas tardes,
ResponderEliminarla flor lloró?
bueno, si la separan de su raíz, al menos su dolor sirvió para que alguien más se alegrara...
Un abrazo grande
Realmente quando alguém nos leva a ver o mar é um chorar de alegria :-). Sensibilidade tremenda. Bem haja
ResponderEliminarPoesia maravilhosa Sónia....e publicar...não????
ResponderEliminarBjs
Maria
Todavía recuerdo un amor pasado con el que nunca vi el mar , nunca sentí la brisa marina a su lado...si alguien te quiere indefectiblemente el mar será parte del camino , forjando un bello destino.Bella composición para reflexionar. Un cálido abrazo.
ResponderEliminarO mar encanta....
ResponderEliminarBeijo lisette.
Nasci no embalo das ondas. Todos os dias me levavam a ver o mar. Falavam-me de sonhos e lutas. Protegiam-me das tempestades. Recordo o dia em que ninguém me levou a ver o mar. O oceano abateu-se sobre mim. Todas as águas secaram. Gritos sem eco vinham do silêncio dos peixes. Já não haviam as pontes que me traziam estrelas. Apaguei-me no espaço e no tempo. Até ao dia em que caminhei sozinha para ver o mar.
ResponderEliminarEste seu poema, é um dos que mais gosto.
Beijinho e boa semana, Sónia
Frequentemente nos escapa a verdadeira seiva que faz mover algo...
ResponderEliminarMuito íntimo, Sónia, muito sentido!
Beijo :)
Oi Sónia
ResponderEliminarPassando para lhe desejar uma linda noite!
Beijos
Mundo dos Inocentes
SONIA,
ResponderEliminartalvez Freud explicasse com mais lógica e acerto analítico, mas quando acabei de ler este seu versejar lindíssimo, ocorreu-me a lembrança da seguinte história:
Um homem costumava pescar com anzol, a beira do mar e diariamente, para lá se dirigia pela madrugada.
Enquanto o sol não chegava ,aquele pescador ficava brincando de mexer na areia e quando eventualmente encontrava uma pedrinha, a jogava no mar.
Um dia, num desses arremessos de uma destas pedrinhas ao mar, os primeiros raios de sol refletiram nela , o que nunca tinha acontecido,e um brilho intenso dela saiu.
Na realidade era um diamante!
Quantos outros diamantes ele havia perdido, antes?
Talvez esta lembrança ,deva-se ao fato de que, não são só flores que os homens tiram das suas raízes, mas também, verdadeiras joias eles nem costumam prestar a menor atenção e as perdem, seguidamente.
Freud, desculpe!
Um abração carioca,Rio de Janeiro,Brasil.
E os diamantes não se podem perder, Paulo Tamburro!
Eliminargosto muito do que escreves, e, este poema é muito bonito, que eu gostava de ter escrito.
ResponderEliminarleva-me a ver o mar, é um sentir que gravado ficou, e embora a sua nostalgia (quase dor) não tira a grandeza do mesmo.
gostei também da foto.
:)
ResponderEliminarReciprocidades...
Beijo
Laura
Oi Sónia
ResponderEliminarum prazer leer teu post.
BEIJOS
ResponderEliminarLindíssimo, Sonia.
Uma nostalgia tocante.
Beijo.